sábado, 30 de julho de 2016



Paralisia do plexo braquial ou Paralisia Obstétrica (Paralisia de Erb)


A Paralisia obstétrica (P.O) é definida como uma paralisia flácida parcial ou total que acomete o membro superior, decorrente da lesão do plexo braquial causada pela manipulação traumática no parto.


- - O Plexo Braquial

O plexo braquial é particularmente suscetível a lesões devido a sua proximidade com as estruturas muito móveis da cintura escapular.

As lesões do plexo braquial ocorrem em 0,4 a 2,5 em cada 1000 partos e geralmente é decorrente da tração excessiva do pescoço e cabeça durante o procedimento de alguns partos normais ou uso de fórceps, ocorrendo distocia do ombro. Neste momento como a vida do recém-nascido está em risco, o médico aumenta a força de tração inclinando a cabeça do bebê podendo ocorrer o estiramento do plexo braquial, onde são localizados as raízes nervosas superiores C5 e C6, dando origem ao tipo de lesão do plexo que é conhecida como paralisia de Erb. 
Após o nascimento o bebê apresenta uma postura assimétrica: o braço afetado se encontra flácido ao seu lado, ao invés de apresentar a postura normal do recém-nascido, na qual predomina a flexão.



- Fatores de risco
Lactentes com alto peso ao nascimento, trabalho de parto prolongado, distocia do ombro, apresentação de nadegas e parto a fórceps.

- Características 
Os problemas relacionados que podem ocorrer com a lesão do plexo braquial são fratura de clavícula ou de úmero, paralisia facial, torcicolo, hemiparalisia do diafragma e subluxação do ombro. Na paralisia que afeta as raízes nervosas superiores, os seguintes músculos podem estar comprometidos: rombóides, elevador da escápula, serrátil anterior, deltóide, supra-espinhoso, infra-espinhoso, bíceps braquial, braquiorradial, braquial, supinador e extensores longos do carpo, dos dedos e do polegar. Nestes tipos de paralisias, o desenvolvimento neuropsicomotor poderá estar afetado, assim como atividades bi-manuais que exigem a participação do braço afetado, podendo haver perda da sensibilidade da face externa do braço 
Os bebês com lesão de plexo braquial apresentam dor tanto na movimentação quanto no toque. 

- Tratamento Fisioterapêutico

Nesses casos, é essencial a mobilização e posicionamento para diminuir o risco de contraturas. 

Para analgesia é recomendado, por alguns especialistas, crioterapia e eletroterapia. Porém por trata-se de bebês, fica muito difícil e doloroso este tipo de tratamento.

Como na P. O. o bebê está na sua fase de desenvolvimento motor e sensorial, se faz necessário a utilização de técnicas que auxiliem o seu desenvolvimento.

A integração sensorial, que é a capacidade das crianças organizar adequadamente as sensações de seu próprio corpo em relação ao meio que os rodeia gera uma resposta adaptativa, estimulando a realização de atividades que busquem a adequação do movimento; e da qualidade do desempenho em seu processo de aprendizagem, que integra os sistemas sensoriais do corpo (tato, paladar, olfato, audição, visão e propriocepção).
O estímulo sensorial, através de brinquedos e texturas, pode incentivar o retorno das habilidades motoras e pode ajudar o lactente a ter mais consciência do membro.






Bibliografia

   Polden M, Mantle J. Fisioterapia em Obstetrícia e Ginecologia. 2ª ed. São Paulo: Santos; 2002. p. 398-399.
   Mumenthaler M, Mattle H, TAUB E. Neurologia. 4ª ed. São Paulo: Guanabara Koogan; 2007. p. 797-799. 
    Ratliffe KT. Fisioterapia Clínica Pediátrica: Guia para a equipe de fisioterapeutas. 1ª ed. São Paulo: Santos; 2000. p. 137-138.
    Boome RS, Kaye JC. Obstetric lesions of the brachial plexus. Muscle & Nerve, Leiden: Leiden University Medical Centre; 2001 Ago n. 24, p. 1451-1461.


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